A resposta fecunda do povo de Deus
Para o ano de 2020, a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – chama a Igreja e os homens de boa vontade para a Campanha da Fraternidade, com o tema: “Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso”, e o lema, “Viu sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33-34).
Este tema assume importância ainda maior para nossa Arquidiocese de Juiz de Fora no contexto da celebração de seu 2° Sínodo Arquidiocesano, que convoca a “Proclamar o Evangelho pelas ruas e sobre os telhados” (Mt 10,27). Ressoa em nossa Igreja particular que “Sinodalidade é Fraternidade”.
A beleza da comunidade cristã está na partilha e no amor que nos vêm do Espírito de Cristo, sendo a compaixão um traço essencial e original da identidade do discipulado. A busca de Deus, o seguimento de Jesus e a vivência do Espírito devem se realizar pelo olhar atento para com a necessidade do próximo.
O cuidado com a vida constitui uma importante dimensão de toda experiência cristã, assim como a condição humana é uma dimensão que engloba a encarnação do Filho de Deus. E como a história humana, muitas são as outras dimensões da vida a serem protegidas e cuidadas.
Nesse sentido, a conscientização cristã pode ser considerada como uma bonita resposta ao Dom recebido, como compromisso assumido por seus filhos e filhas. O Samaritano foi fraternidade para o ferido. Essa realidade deve continuar a se concretizar hoje na vida da Igreja. Fora dessa perspectiva não se pode compreender o cristianismo nem a missão do cristão no mundo. O compromisso no amor a vida de toda criação é a medida da fraternidade.
Certamente, o “lugar” privilegiado em que a fraternidade se encontra e se torna prática é no amor aos irmãos e irmãs, sobretudo no amor preferencial pelos pobres e sofredores. A gratuidade de Deus acontece nesse tempo ainda mais privilegiada porque é tempo de conversão, é tempo de se revestir de Cristo para viver como filhos de Deus.
A Quaresma é fecunda oportunidade para viver a missão do samaritano, que vê a vontade de Deus em seu caminho, é momento oportuno para se configurar ao Senhor que se entrega. Somente contemplando o mundo com os olhos de Jesus, é possível acolher a solidariedade que a vida e toda criação nos pede.
Por isso, não nos equivocamos ao dizer, com a Igreja, que somos chamados à compaixão, lembremo-nos de Santa Dulce dos Pobres, oferente serva, peregrina a serviço do próximo, testemunho de defesa da vida mesmo em meio à falta. É bem verdade que, Deus não deixa de capacitar a sua Igreja. Dulce é modelo para esse tempo, sendo seu testemunho uma realidade viva na comunidade cristã.
Portanto a finalidade da vida cristã é promover a fraternidade na construção do Reino de Deus. A Campanha da Fraternidade 2020, inserida no caminho da sinodalidade de nossa Igreja particular de Juiz de Fora, bebe da espiritualidade quaresmal que reforça esse novo tempo de descoberta da ternura do rosto de Deus, do chamado para o serviço; para ver, sentir compaixão e cuidar da vida, no Evangelho experimentado no coração, “pelas ruas e sobre os telhados”.
Que Santa Dulce dos Pobres, Santo Antônio nosso padroeiro, e a sempre Virgem Maria a Imaculada Conceição nos acompanhe no discipulado.
Seminarista Alex Francisco